segunda-feira, 6 de agosto de 2012

21 TERRAS

Um projeto que traduz, em atividade cultural, a intersecção entre dança, vídeo-dança, música e artes plásticas. Um encontro entre vertentes artísticas com direção, argumento e roteiro de SORAIA SILVA.
A criação e produção artística como resultados de uma tensão existente entre a idéia da vida que se cria, Eros, e da morte, Tânatos, presente na temporalidade inerente a todas as coisas, é a força motriz para a realização de 21 TERRAS, fazendo uso de linguagens híbridas contemporâneas para refletir sobre essa tensão. O projeto cumpre temporadas, de 30/08 a 30/09, nos Teatros do SESC PAULO AUTRAN, de Taguatinga, e SILVIO BARBATO, em Brasília.
O universo pictórico de 21 TERRAS está representado em telas realizadas com pigmento mineral e colagem, num total de 21. Estas obras expressam uma arqueologia do cotidiano, com fragmentos de objetos e sobreposições. “Memórias que vão desfilando aos olhos do observador, de um universo feminino como rendas, botões, contas... traços de uma vida em movimento, rastros deixados pelo tempo e pela mulher, símbolos de uma peregrinação.” Explica, Soraia. São elas o ponto de partida, a terra fértil de imaginação, para expressão em gestos dançados de um solo multimídia contemporâneo e a produção e roteiro de um vídeo-dança.

O vídeo-dança tem a participação de skatistas e de bailarinos e teve como cenário o Setor Bancário Sul, o Museu Nacional e uma pista de skate. As pinturas, produzidas, além de comporem uma exposição, são o cenário móvel manipulado por Soraia, os bailarinos e os skatistas para o desenvolvimento dos roteiros dançados do espetáculo e do vídeo. “A dança contemporânea, articularmente, vem discutindo e trazendo o papel da literatura,vídeo,música,fotografia, artes visuais,performanceetecnologia, para a criação de obras artísticas dançadas.” Justifica, Soraia Silva.
A realização de 21 TERRAS promove o diálogo, a aproximação e a troca de experiência entre o fazer artístico da dança no âmbito acadêmico, com suas especificidades para produção de conhecimento, e artistas de dança independentes. Outro objetivo foi preservar e difundir a memória da produção em dança (teórica e prática) realizada por artistas comprometidos visando estimular novas produções na área. “Com 21 Terras pretendemos colaborar para um maior intercâmbio entre os fazeres na área da dança em Brasília e a sua divulgação em âmbito nacional, com a distribuição das mil cópias do vídeo dança.” Aposta, Soraia.


Relação das obras plásticas:
1.OBRA: O NASCIMENTO
2.OBRA: O SOL
3.OBRA: A BOLA
4.OBRA: A FORÇA
5.OBRA: O PÁSSARO
6.OBRA: O ÚTERO
7.OBRA: O ESPELHO
8.OBRA: O PEIXE 1
9.OBRA: O PEIXE 2
10.OBRA: O 33
11.OBRA: O CAMINHO
12.OBRA: O ANJO
13.OBRA: A ESPADA
14.OBRA: OS ADORADORES
15.OBRA: A RENDA
16.OBRA: O FILHO
17.OBRA: A SEMENTE
18.OBRA: A PÉROLA
19.OBRA: A FLOR
20.OBRA: OS FILHOTES
21.OBRA: 21 TERRAS
Roteiro coreográfico (só áudio)
1.1 Minuto de agradecimentos
2.1 minuto de silêncio pela vida e pela morte.
3.1 minuto de aplausos.
4.1 minuto para contemplarmos juntos.
5.1 minuto de minha dança peopleware.
6.1 minuto para vocês me verem dançando de olhos semicerrados.
7.1 minuto para eu contemplar vocês.
8.1 minuto para eu mostrar as minhas imagens.
9.1 minuto para caminhar nas trilhas e arar ondas.
10.1minuto para sorrir.
11.1 minuto para espreguiçar e bocejar.
12.1 minuto para dançar lentamente.
13.1 minuto para dançar levemente.
14.1 minuto para vestir a roupa de Eros.
15.1 minuto para reinventar um passo e repetir.
16.1 minuto para lançar as terras.
17.1 minuto para lutar com as sombras.
18.1 minuto para dançar com uma terra.
19.1 minuto para brincar com todas as terras.
20.1 minuto para rodar.
21.1 minuto para o fim.
SERVIÇO:
Teatro Paulo Autran – SESC / Taguatinga, CNB 12, AE 2/3, fone 34519103:
Realização do espetáculo 21 Terras e abertura de exposição com vídeo
dança dias 30, 31 de agosto e 1 de setembro de 2012, às 20 h, e
manutenção da exposição até dia 30 de setembro.
Cine Teatro Silvio Barbato – SESC / SCS / Brasília:
Realização do espetáculo 21 Terras dia 19 de setembro de 2012, às 20 h,
com manutenção da exposição e vídeo dança até 30 de setembro.
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Informações:www.soraiasilva.com.br[1]
FICHA TÉCNICA:
Direção Geral, argumento, roteiro e criação das pinturas:SORAIA SILVA
Bailarina no espetáculo:SORAIA SILVA
Bailarinos e Skatistas no Vídeo Dança:SORAIA SILVA, ALEXANDRE NAS,
CÉSAR LIGNELLI, MAGNO ASSIS, ANTONIO CÂNDIDO SILVA, THALES DE OLIVEIRA,
VÍTOR TELES, FILIPE MENDES, MOACIR NETO, FABIO CARVALHO, WIBSON BEZERRA,
RONI SANTOS, JÚNIOR PEREIRA, WELTON MARTINS, RODRIGO NOBRE.
Edição do Vídeo Dança “21 Terras”:MARCIO DE HOLANDA VIANA
Seleção de Imagens para a cena do espetáculo: ANTONIO CÂNDIDO SILVA
Composição musical do espetáculo e Vídeo Dança:GLAUCO MACIEL E EDUARDO LOPES
ASSISTENTE DEDIREÇÃO NO VÍDEO-DANÇA E ESPETÁCULO:LAURA VIRGÍNIA
Fotografia:LARISSA LIMA
Figurino:CÍNTIA MOS
Luz:CARLOS EDUARDO PEUKERT
Programação Visual:SÉRGIO DE PAULA
21 TERRAS tem o patrocínio do FAC (Fundo de Arte e Cultura do GDF) e do
CDPDan (Coletivo de Documentação e Pesquisa em Dança Eros Volúsia do
Departamento de Artes Cênicas da UnB).
TEXTOS:
CRÍTICA -Eros e Tânatos: a Fala do Corpo, por J. Guinsburg

Eros e Tânatos configuram os dois poderes miticamente polares, sob cujas forças se desenrolam a existência humana e a relação necessária da vida e da morte. A tentação de invocá-los, expressá-los e encarná-los percorre as manifestações de rituais de diferentes cultos religiosos e, não menos, os chamados encantatórios para a sua representação nas formas das artes. O centro magnético dessas buscas encontra-se quase sempre no desejo de materializá-las na essência de sua carnalidade e seus latejamentos. Neste sentido, a dança tem aí, por excelência, um lugar privilegiado e consagrado. Mais do que qualquer outra modalidade artística, ela faz da corporeidade do celebrante o articulador e o portador do símbolo. Ora, neste caso, a pulsão obrigatoriamente tem de unir-se à deliberação, isto é, ao saber do oficiante sobre o seu ofício.
E é precisamente essa qualidade que Soraia Silva reúne e incorpora como bailarina e professora. Suas performances são erupção criativa e pesquisa de linguagens. Do corpo e de todos os sentidos que lhe são inerentes e que o plasmam não só no gesto, no ritmo, na corologia, como na fusão significativa que a música, a pintura e o vídeo lhe imprimem, convertendo o espaço de seu movimento na cena de suas performações.
Em 21 Terras, a pulsão encenante de Soraia Silva lavra com sua imaginação a inventividade fecundante da Mãe-Terra, no ciclo ritual em que ser é existir.
Por Soraia Silva:

21 Terras é o mais recente trabalho da bailarina e artista plástica professora da UnB Soraia Silva, realizado pelo CDPDan/UnB com o patrocínio do FAC e apoio do SESC. Soraia tem a sua formação acadêmica em dança, mas enveredou-se pelas artes plásticas por ocasião de seu mestrado Profetas em Movimento (1994) quando então transportou sua experiência além da dança para a tela. Desde então, tendo já sido premiada por sua atuação como artista plástica, Soraia tem trabalhado com parcerias em várias artes e com vários artistas, na música, no teatro, no vídeo, na literatura, na pintura e arte digital. Dessas parcerias resultaram trabalhos como Trilogia Poemadançando, de 2008 e No Princípio, de 2010. Em 21 Terras Soraia retoma a senda das pinturas com pigmento mineral//in natura////e oferece ao público, duas exposições concomitantes de suas 21 telas, as quais também são tema de um vídeo dança, por ela protagonizado e dirigido. O vídeo dança conta com a participação de atores, bailarinos e skatistas convidados. O vídeo mostra imagens das pinturas e dos movimentos de Soraia e seus convidados interagindo em ambientes urbanos do Distrito Federal. A artista fará um
solo de 21 minutos no qual faz uma reflexão em dança de seus mais recentes questionamentos estéticos, os quais muitas vezes se confundem com suas próprias experiências como mulher e mãe no exercício contínuo entre Eros e Tânatos no ato da criação e recriação.
Currículo Soraia Silva:

Graduada em Dança pela Universidade Estadual de Campinas (1989), mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e doutora em Literatura pela Universidade de Brasília (2003). Atualmente é professora da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Artes, com
ênfase em Coreografia, atuando principalmente nos seguintes temas: dança, literatura, arte e composição coreográfica. Na UnB coordena o CDPDan (http://e-groups.unb.br/cdpdan/ - http://cdpdan.blogspot.com) Coletivo de Documentação e Pesquisa em Dança Eros Volúsia (CEN/UnB), o qual procura estabelecer um espaço de reflexão e prática da dança. Entre outros projetos artísticos produziu e atuou nos espetáculos; No Princípio (http://cdpdan.blogspot.com), 2010, Lisboa e Brasília; Trilogia poemadançando, no 7º Encontro Internacional de Artes e Tecnologia, Museu Nacional de Brasília em 2008; Profetas em Movimento de 1994 a 2008 (São Paulo, Brasília, Nova Orleans); Dança da Guerra do Povo Xavante - Tseretomodzatsé Xavante, 2005, DF. Entre os projetos de produção bibliográfica se destacam os livros No Princípio (2010/Ed. do programa de pós-graduação em arte da UnB); Profetas em Movimento (2001/Edusp e Imprensa Nacional); Poemadançando Gilka Machado e Eros Volúsia (2007/Edunb); e os capítulos de livros: O expressionismo e a dança (2002), O pós-modernismo e a dança (2005), e O surrealismo e a dança (2008), O Naturalismo e a Dança (no prelo) ambos publicados na coleção Stylus da Editora Perspectiva (SP)
CONTATO PARA ENTREVISTAS:Soraia Silva(61) 8420.5022

http://www.soraiasilva.com.br/